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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

esperar

Calma, meu bem
Não se exalte, não se altere
Não se apresse
Os sonhos vêm a pé, mas um dia chegam.


Carpe diem

terça-feira, 23 de novembro de 2010

... somente a paz poderia me consolar agora...

sábado, 13 de novembro de 2010

Chega correndo. Quebrando toda a calma, como uma tempestade no meio da manhã ensolarada. Esmaga o coração dentro do peito até que ele quase não consiga mais pulsar...
Quando passa, faz balançar o mensageiro dos ventos e pára de uma vez deslizando alguns centímetros. Se inclina e me dá um beijo no rosto. Aquele beijo, com um ruído diferente, único e de que eu tanto gosto.


Carpe diem

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Oração








"Bom dia, Deus. O Senhor bem sabe que não é meu costume vir aqui, mas quando venho trago sempre comigo bons pensamentos, aqueles velhos agradecimentos e pedidos de proteção àqueles que me são preciosos..."

01.11.2010, Igreja de São Francisco



Carpe diem

sábado, 30 de outubro de 2010

Júlia

Me dava arrepios só de ver aquela mulher recém-formada ter tanta segurança na própria existência. Roía as unhas de uma mão, tamborilava os dedos da outra na perna e batia o pé no chão. Apesar de tudo isso, eu percebia toda a sua altivez. Aquele era seu jeito normal de disfarçar o tempo que passava e essa poderosa tranquilidade era o que mais me amedrontava.
Ali, sentada no banco da praça, talvez esperando um ônibus, exibia seu pouco interesse sem nenhuma vergonha. E o que me revolta é que ela está totalmente certa e eu, errado.
Você me perguntaria: "qual o seu problema, afinal?" Eu respondo: isso me irrita sem que eu saiba exatamente por que.




Acho que esqueci de dizer. Às vezes, meu 'eu lírico' vira homem.

Carpe diem

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Alguém já sentiu?

O coração para por uns milésimos de segundo e dói como se tivesse levado um susto. Respirar deixa de ser involuntário e você precisa reaprender como se faz. Os olhos não piscam, a garganta fica obstruída e você tenta fugir daquele pensamento fixo, mas não encontra a porta de saída porque está tudo escuro na sua mente. Até...


... que você consegue sair. Não pela porta, pois você nunca a encontra, mas como se fosse sugado pela realidade. Apesar da sensação momentânea, você percebe que não foi uma experiência ruim e tenta repeti-la, porém não consegue. Não é assim, querendo. Acontece quando inesperado. Então, a vida segue seu rumo normal, até a próxima epifania.



Carpe diem

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sabe o que me revolta?

Ver que a Constituição é banalizada e deixada pra escanteio como se nada precisasse ser encarado pelos olhos dela, como se ela não fosse essencial à vida em sociedade... É ver como os assuntos nela referidos são tratados como conversas de esquina que não levam a lugar algum... É ouvir tanta gente dizer isso e aquilo sobre os Direitos Fundamentais como se tudo fosse simples e lindo...
O que me revolta, mais ainda, é ver gente que não liga pra falta de conhecimento das pessoas sobre o assunto e, por isso, tratá-las como inferiores.
Eu já tinha percebido, mas agora aderi à ideia: isso tem que mudar.

Carpe diem, porque eu já perdi o meu.

domingo, 3 de outubro de 2010


Eu gosto de sentir esperança. Ainda que ela vá embora logo, gosto dela.







Carpe diem


sábado, 2 de outubro de 2010

Hey, Jude

Hey, Jude, don't make it bad,
take a sad song and make it better
Remember, to let her into your heart,
then you can start, to make it better.

Hey, Jude, don't be afraid,
you were made to go out and get her,
the minute you let her under your skin,
then you begin to make it better.

And anytime you feel the pain,
Hey, Jude, refrain,
don't carry the world upon your shoulders.
For well you know that it's a fool,
who plays it cool,
by making his world a little colder.
Na na na na na na na na...
Hey, Jude, don't let me down,
you have found her now go and get her,
remember (Hey Jude) to let her into your heart,
then you can start to make it better.
So let it out and let it in,
Hey, Jude, begin,
you're waiting for someone to perform with.
And don't you know that is just you?
Hey, Jude, you'll do,
the movement you need is on your shoulder.
Na na na na na na na na...
Hey, Jude, don't make it bad,
take a sad song and make it better,
remember to let her under your skin,
then you'll begin to make it better (better, better, better,better, better, oh!)
Na, na na na na na, na na na, Hey Jude
Na, na na na na na, na na na, Hey Jude



Intérprete: The Beatles
Composição: John Lennon e Paul McCartney




Sei não... Tô ouvindo essa música desde cedinho até agora.
:D

Carpe diem.

domingo, 26 de setembro de 2010

Uma menina...

Uma menina magra e alva caminhava sorrindo em minha direção. Tinha um laço de amizade com alguém da minha família, e vinha ao meu encontro me cumprimentar. Sua voz era infantil e assim eram todos os seus traços, apesar de ter entrado já há algum tempo na adolescência.
Andava calmamente sobre o piso de pedra, olhando pra mim. Era estranho ter aqueles olhos me olhando. Eu, que estava acostumada a vê-la fitando o nada - com um semblante de quem está sempre pronta a prestar atenção em qualquer coisa que mereça destaque -, recebia, naquele momento os olhos castanhos da mocinha loira caminhando em minha direção. Senti-me abençoada.
Chegou a mim o pequeno anjo, cintilando à luz do sol e me indicou onde estaria quem eu procurava no momento. Agradeci e observei a pequenina correndo de volta a onde estava até a minha chegada.


Carpe diem


PS.: esse texto, sim, teve uma inspiração.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O sorriso dela

A menina sorria como se ainda criança fosse e seu sorriso era aquele de quem estava a aprontar algo... Um sorriso de cumplicidade.
Todos eram seus cúmplices e, enfim, merecedores do sorriso da menina.



Carpe diem

domingo, 22 de agosto de 2010

Soraia

Ela era um personagem, uma criação, mas apesar disso era real e tinha história, valores, pecados e, além de tudo, um corpo. Este era seu só às vezes, mas o importante é que tinha. Seu nome era Soraia e a sua história começa em uma tarde fria, quando Leandra resolve que por esse nome se chamaria e que era filha de uma casal argentino - que se conheceu dançando tango. Nasceu no Brasil e foi trocada na maternidade, como nos casos famosíssimos que eram notícia nos jornais. Sim, Soraia tinha sangue argentino e isso explicaria a tamanha facilidade com que 'hablava español'. Ela não gostava de legumes, e preferia comer salgados a comer doces, além de sempre querer estar em 'boa forma', como as artistas de televisão diziam.
Leandra tinha 12 anos, Soraia tinha 23. Leandra, em frente ao espelho, olhava o reflexo de seus olhos escuros até que encontrasse a luz de Soraia. Elas se olhavam e se analisavam, se preparando pra serem uma só e após isso, se tornavam supremas e inatingíveis.
Sentado em uma cadeira, o corpo escrevia composições a quatro mãos. Nome e heterônimo atuando em um mundo diferente, poético e extremo. Elas conversavam, convergiam e divergiam até que chegassem a um ponto em comum, ao ápice do sublime, o máximo e o melhor que podiam fazer.
Não há quem diga que Soraia não era real. Claro que era. Leandra é que tinha uma existência forçada, era obrigada a ser e estar, enquanto a existência de Soraia era opcional, quando queria ser, era e pronto. Tantas foram as vezes em que Leandra procurou por sua metade, querendo ser deusa outra vez, mas não a encontrou em nenhum ponto de seus olhos escuros. Sendo assim, ia dormir sem provar da deidade naquela noite.



Carpe diem

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Esclarecendo

Um belo dia [mentira, era noite], eu estava conversando com meu namorado [beijo, amor!] e ele falou sobre um texto que postei aqui no blog. Eu iniciei, depois escrevi mais um pouquinho e terminei após muito tempo. "Onde cabe o que pensamos?" é o nome dele. Era sobre uma menina.
Então, meu querido disse que não entendeu o texto. E - pasmem - eu também não sei porque o escrevi. Simplesmente me deu uma vontade louquíssima de escrever sobre uma menina e na tela do computador ela começou a tornar-se real. Com o tempo o texto tomou vida própria e acabou por ser completamente diferente do que eu queria que fosse.
Eu realmente precisava dizer isso aqui. Não é sendo pretensiosa não, sabe? Mas vai que um dia, passados 100 anos depois da minha morte, algum professor de literatura obriga seus alunos a analisarem meus textos? E os coitados morrendo pra tentar entender cada vírgula de uma obra que não teve objetivo nenhum por parte da autora. Sei lá... Acho isso meio cruel.
É, eu sei o que é isso, camarada. Eu já tive que entender cada coisa. E cada texto que eu não entendia, me perguntava : "será que o cidadão que fez isso também sabia o que tava escrevendo?" Isso aí não dá pra saber, mas acredito que nenhum deles imaginava que viraria fenômeno literário mundial e daria esse trabalho da p* pra gente.
Meus textos antigos podem até ter seus significados obscuros [se matem pra entender], mas os atuais significam exatamente o que está escrito com as reações e sentimentos que os acompanham. E isso é suficiente.

Obs.: também não imagino virar fenômeno literário, mas vai que...


Carpe diem

sábado, 7 de agosto de 2010

Frase

"E era tanto amor, que se tornou até crime assim chamá-lo."
Sonhei que escrevia essa frase. Botei entre aspas com medo de ter lido isso em algum lugar e ter sonhado que era a autora. Vai que o dono da frase lê e me processa por plágio. Quero nada!

Carpe diem

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

retorno

... como é bom receber os abraços de quem fazia falta. Como é bom ver novamente os rostos, sorrisos e expressões de quem eu tanto sentia saudades.

Carpe diem

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Externalizando...

Tô morreeeeeeeeeendo de saudades de vocês!

Muito, muito, muito mesmo.
xD

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Clareana


Um coração
De mel de melão

De sim e de não

É feito um bichinho
No sol de manhã
Novelo de lã

No ventre da mãe

Bate um coração
De clara, ana
E quem mais chegar

Água, terra, fogo e ar







Joyce, a cantora


Vivia ouvindo essa música quando era criança. Lembrei dela hoje assim que acordei.
Será que hoje é dia de nostalgia?
:D

Quer escutar?


Carpe diem.

domingo, 11 de julho de 2010

Fragmento

- Te amo... Eu te amei minha vida toda.
- Que mentira. Cê me conheceu há menos tempo que isso.
Deixei pra lá. Tecnicamente, ele tinha razão. Mas eu sabia explicar o que tinha dito e minha explicação fazia o maior sentido. Ainda assim, eu só o abracei, àquele que eu tenho amado desde que nasci.


Carpe diem

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Onde cabe o que pensamos?

Seu rosto ficava inexpressivo quando contrariada. E contrariada significa qualquer coisa que desfizesse o leve sorriso que carregava no rosto ou aquela seriedade quieta de quem está pensando em nada. Contrariá-la era deixá-la diferente. E deixá-la diferente era dar-lhe com aquela expressão sem expressão.
Era aquele semblante de quem tenta disfarçar um sentimento, mas não acho que ela o estaria fazendo. Para mim, há duas hipóteses: ou o sentimento não encontrou um caminho até o rosto, ou ela ainda não sabe como reagir a determinadas emoções. De mais a mais, creio que seja demasiado pequenina para ser possuidora de mistérios.
- Por que? - era a única coisa que dizia só para saber a explicação, caso tivesse. Se não tivesse, aceitaria qualquer coisa, apenas para que sua pergunta não ficasse vagando por aí sem uma resposta. Afinal de contas, o fato de uma resposta servir ou não a uma pergunta era muito relativo. Talvez ela que não encontrasse o elo entre uma coisa e outra.
Sendo assim, corria pra algum lugar e punha-se a pensar. Mas não podia ser qualquer lugar. Cada reflexão exigia uma iluminação, limpeza, temperatura e umidade própria. Cada lugar da casa em que morava estava comprometido com algum categoria de pensamento. Às vezes, queria companhia, então pensava junto à mãe, ao pai, à empregada que trabalhava na casa, ou até mesmo na companhia de bonecas, cadernos, tabuleiros, bolas; mas algumas vezes também precisava ficar sozinha, seja por opção pensada ou por não caber nada além de seu corpo no lugar escolhido, como aquela caixa de brinquedos em que ficava sentada, encolhida e suando. Mais um grão de arroz e a caixa se desmontaria toda. Então ia só, mesmo que quisesse companhia.
E, falando em brinquedos, devo acrescentar aqui que os brinquedos serviam só mesmo pra ter uma caixa onde guardar. A caixa era o motivo de possuir brinquedos, visto que a menina não gostava de brinquedos. Claro que tinha o prazer da novidade quando ganhava alguma boneca, ou conjunto de cozinha de plástico, mas em menos de um dia tudo estava jogado na caixa pronta pra ser esvaziada e ser posta à sua verdadeira serventia.
Mal sabia a garotinha que quanto mais o tempo passasse, menos lugares teria para pensar e que um dia teria de posicionar seu corpo em um mesmo lugar para qualquer reflexão. E que um dia esqueceria do que lhe tomava a mente e deixaria de perguntar para formular hipóteses. Largaria os "por que's" e usaria mais o "se".
- E se a gente pudesse testar as coisas antes de fazer? Primeiro eu faço alguma coisa só pra ver se dá certo, se não der, eu volto e faço de novo. - e ainda gastava algumas horas tentando fazer o plano dar certo até desistir e usar o "se" em outra situação.
Quem diria que a menininha que pergunta seria a garota que inventa... E depois, a garota que inventa viraria a mulher que responde.
E, um dia, seu corpo ardendo em febre descansaria em outro corpo que sentiria cada grau que sua temperatura baixasse. E até mesmo uma existência frágil precisaria às vezes deitar-se nela até que conseguisse enfim sonhar.
Isso a menininha não sabia. Mas um dia saberia, e quando acontecesse, não perguntaria por que e nem gostaria de voltar pra fazer tudo de novo. Descobriria depois que era culpa da caixa de brinquedos, ela que era pequena demais pras divagações da menina.



Carpe diem

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinicius de Moraes

Simplesmente porque uma dose (ou até overdose) de Vinicius é sempre bom.

Carpe diem

domingo, 27 de junho de 2010

[...]

Seu rosto ficava inexpressivo quando contrariada. E contrariada significa qualquer coisa que desfizesse o leve sorriso que carregava no rosto ou aquela seriedade quieta de quem está pensando em nada. Contrariá-la era deixá-la diferente. E deixá-la diferente era dar-lhe com aquela expressão sem expressão.
Era aquele semblante de quem tenta disfarçar um sentimento, mas não acho que ela o estaria fazendo. Para mim, há duas hipóteses: ou o sentimento não encontrou um caminho até o rosto, ou ela ainda não sabe como reagir a determinadas emoções. De mais a mais, creio que seja demasiado pequenina para ser possuidora de mistérios.



Carpe diem

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um ano sem Michael Jackson

Nessa mesma hora do dia, há um ano, o mundo quase todo se voltava para a vida - e possível morte - de um homem. Era incrível a quantidade de notícias em noticiários fora de hora e sites na internet jorradas na minha cabeça. Daí que eu passei uma tarde mais ou menos assim: "Michael Jackson morreu? Tá em coma? Morreu ou tá em coma? Fulano tá na porta da casa dele? E aí? Morreu não, né? Eu sabia... Mentira? Morreu? Ai, meu Deus, quanta conversaaa! Vou desligar esse computador aqui pra não ver mais nada!"A pergunta é: por que isso importa tanto pra mim? Então comecei a lembrar do que foi possível desde que eu era criancinha até aquele dia e vi que as músicas, as coreografias, a história, as loucuras, os boatos e verdades sobre ele estavam impregnadas em tudo que era meu. Eu não era fã de carteirinha dele, nem me tornei depois que ele morreu, mas ele estava presente no meu dia-a-dia de um jeito que eu nunca percebi. Cada vez que ia pra aula de dança lembrava que meu sonho era aprender a dançar "Thriller", cada vez que me pediam pra lembrar de uma música legal eu lembrava de "Billie Jean", cada vez que me pedissem uma música que eu considerasse liiiinda, eu cantaria "Ben" ou "I'll be there" e se me perguntarem qual a foto mais engraçada que eu tenho, eu diria que é uma em que eu tenho uns 3 ou 4 anos e estava tentando fazer o Moonwalk. É por isso que aquela notícia importava tanto pra mim.


Michael Jackson não fazia mais tanto sucesso, mas ele, a vida dele, era o que simbolizava tudo que a ele se referisse. É como se alguém passasse o fim de semana na praia, pegasse uma concha pra ficar de lembrança e perdesse a tal concha no meio da viagem de volta. A lembrança haveria, só não teria mais o símbolo dela.
De noite tentei desviar minha atenção dos grandes fatos, até porque o Michael Jackson não ia morrer. Tá doido? Justamente ele? Tão... tão... significativo. Tão sensacional, tão magnífico, tão rei... Ah, não. Ele não...
Posteriormente então, recebi a triste notícia dada por William Bonner. O jornal tava passando na TV do quarto e eu ouvi a voz familiar dizer que M. J. havia mesmo morrido. Então chorei as lágrimas que ficaram guardadas durante uma manhã e uma tarde toda na esperança de não serem derramadas. Não foi o choro descontrolado dos fãs e familiares, foi um choro silencioso, discreto... Meu corpo só queria lamentar baixinho o fim de uma vida que teve uma participação significativa na minha. E só.



Hoje faz um ano que tudo isso aconteceu. Esse post é pra homenagear não o homem que está morto, mas a arte que está viva na minha memória e na de tantas outras pessoas.


Carpe diem

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Imaturidade

Bem, andam me chamando de imatura. Terei que assumir: sou imatura mesmo. Principalmente quando se trata de lidar com loucos... Nunca saberei o suficiente.
=/
Foi mal aê!

Obs.: Bem, e eu acho que não disse aqui a quem o post 'Ah, uma pedra!' era direcionado. Postar nesse blog é meu hobby, eu gosto disso... Então tirei a droga desse post, como os Anônimos de plantão podem ver, pra evitar que encham minha paciência por coisa pouca.
Agora circulando, que eu num gosto de IBOPE alto no meu blog não, blz?

Mas o anonimato acabou por aqui. Quem for covarde (ou fingidor, chame como quiser) pode procurar outro blog pra encher o saco.

Carpe diem, como sempre.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sem sofrimento, sem inspiração

Por que o sofrimento inspira? Por que SÓ o sofrimento me inspira? Estou há um tempão sem escrever um bom texto que tenha começo, meio e fim. Geralmente me aparece uma história; aparentemente uma história. Quando começo a escrevê-la, percebo que isto é só o meio e eu preciso de um começo e um fim. Escrevo o tal 'meio da história' e tento a todo custo fazer um início. Ou talvez fosse mais fácil fazer o final? NÃO! O meio é tudo que tenho. Uma história sem pé e nem cabeça, só o tronco esperando por ter seu corpo completado por mim. Por mim!
Eu, então, me vejo como uma espécie de cirurgiã. Uma responsabilidade imensa nas mãos, um tronco que precisa de membros, que precisa de vida e eu sem nada poder fazer... E eu sem uma ideia sequer de como arranjar essas partes e costurá-las ao tronco incompleto.
Já tentei colecionar partes de textos, sim. No início achei mesmo que isso fosse dar certo. Mas um dia me apareceu na mente um meio de história fascinante, incrível, maravilhoso, perfeito! e eu não pude dar-lhe as partes de que necessitava. Não pude ao menos implantar os parágrafos posteriormente escritos. Esse meio de história passou a ser só mais um fragmento.

Nessa mesma noite, pra me consolar, tentei emendar algumas partes de outros textos umas nas outras, mas não deu certo. Por que imaginei que daria? Percebi que cada um tinha uma essência, um cenário pronto na minha cabeça, personagens que lhes cairiam perfeitamente e eu não podia simplesmente tirar um de sua própria natureza e colocar em outra.
Às vezes isso me enlouquece. Só às vezes. Eu costumava escrever bons textos, com várias metáforas, e símbolos, e significados... Eu era boa nisso. Bem... Na época eu não achava, mas agora eu acho. Aí eu penso: que diabos aconteceu comigo? E vem na minha cabeça a resposta mais simples: você é feliz, só isso.
A minha felicidade pode ter danificado minha capacidade de criar textos amargos, sôfregos, tristes. Mas é que eu não consigo fingir. Nem todo poeta é um fingidor, ô seu Fernando Pessoa. Eu precisava ser infeliz pra escrever bem. Ou ao menos precisava VER alguém infeliz pra escrever bem. Mas agora, tudo está tão calmo, tão simples, tão como eu queria que fosse que não tenho mais aquela amargurazinha dentro de mim. No lugar dela há um sorriso, apesar dos pesares. E que se dane minha capacidade de escrever bem porque o que eu quero ser feliz na realidade e não na fantasia. E que assim seja.





Carpe diem

terça-feira, 25 de maio de 2010

Um pouco 'Deus'

- Surpresa! - Ele disse tirando a venda dos olhos dela. À frente, havia uma pista de decolagem de asa delta. Ela estremeceu, cambaleou e sentou-se próximo dali. E continuava tremendo.
Ambos calados, apenas respirando e esperando a tensão diminuir. Pronto, diminuiu. - Que foi? - a única pergunta que cabia no momento foi feita e ainda havia o maldito medo da resposta.
- Meio alto e... perigoso, né? É... desconfortável. - Ela tentou sorrir pra tentar recuperar a calma.
- Ah, não! - risadas - A mulher forte, destemida, autosuficiente e poderosa tem medo de altura? - mais risadas - Não posso acreditar!
- Qual o problema? Todo mundo tem medo de alguma coisa.
- Eu tenho medo da morte. É... Acho que é só dela mesmo.
- Eu também tenho medo da morte, às vezes...
- Às vezes? - mais risadas.
- Quando eu gosto da minha vida, assim, quando eu tô curtindo, quando nada dá errado, eu tenho medo de morrer, mas quando tudo e todos se viram contra mim e minha rotina vira um verdadeiro inferno... Como é que explico? Eu acho que não me importaria se acontecesse.
- E agora? Você se importaria se... Bem, tá com medo de morrer agora? - Ele a olhava nos olhos. Era aquele tipo de cena de novela em que os protagonistas com certeza vão se beijar.
- Sim. - E olhou, meio que sem vontade, pra pista de onde as pessoas saltam. Nesse momento eu sofri. Deveria interferir, eu podia fazer isso.
Desse jeito ele vai pensar que ela está com medo de morrer se cair daquela altura toda. Ela tem medo de morrer porque gosta de estar com ele. É... Ela tá gostando da presença dele em sua vida.
Eu poderia, sim, ter modificado as coisas, mas confio neles, sabe? Há um pouco de arrependimento pela minha falta de iniciativa, porém sinto um enorme orgulho por controlar minhas vontades. Afinal de contas, um soberano deve respeitar a soberiania das decisões alheias.



Carpe diem.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Pra você guardei o amor

Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar


A-DI-VI-NHA quem compôs! Ele:

Nando, querido Nando!


Carpe diem.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

"Tudo o que resta"

Mas olha aê! Eu de novo, postando no mesmo dia. Andei fuçando meus arquivos e vi, dentre vários textos inacabados, um que aparentemente terminei. Não lembro quando fiz isso e nem por quê. E, pelo que tá escrito aí, é melhor que não lembre mesmo.

Rsrsrsrsrs

- Não vi graça na piadinha.

Tudo o que resta

[ainda aceito sugestão de título]


Juro que tentei descrever o que sentia. Era uma mistura de raiva e tristeza, mas tinha algo mais, eu sei que tinha. Não choraria desse jeito por algo que há tanto tempo se passara. É meio que o contrário da saudade... Era uma vontade de estar em segurança, de estar longe dali.

O que me ocorreu foi um surto de lembranças. De repente, me encontrei vivendo tudo de novo, mas não consegui lembrar nitidamente qual era a imagem que eu via na época, assim como não distingo mais o cheiro, a voz ou as expressões faciais refletida nas palavras. Só lembrei os sentimentos.

Retornei a mim alguns segundos depois me dando conta que, com a graça de Deus, tudo era só lembrança. Na verdade, toda a onda de sentimentos foi meio dramática. Nem dói mais tanto assim. É aquele tipo de cicatriz que fica escondida em algum ponto cego do corpo, mas um dia resolve-se olhá-la e lá vem a lembrança de como se adquiriu aquela marca. Sempre há a lembrança da dor, da ferida, aberta e lutando pra não cicatrizar. Felizmente, a marca é só o que resta. Marcas são o que levamos da vida.


Carpe diem.