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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Das férias que não sei aproveitar

Estou de férias. Uma informação nem um pouco importante ao amigo que lê, mas, como um bom amigo, presta atenção porque é isso que os amigos fazem.

Eu, que não consigo viver sem responsabilidades, enchi meu semestre com disciplinas e atividades que as 24 horas do dia quase não suportavam. “Culpa tua, só tua”, dirão muitos. E eu sei disso.
Mas, reconheçam, eu não estaria tão aliviada e feliz agora sem as milhões de coisas que me ocuparam no semestre que passou. Ontem, depois de muito tempo, assisti televisão. Deixei a TV no mesmo canal que estava quando liguei e assisti a um filme próprio para adolescentes. Depois, li um livro de contos que estava em cima da minha mesa. Como já havia começado, continuei de onde tinha parado há meses, mesmo sem lembrar uma vírgula das outras histórias. E depois deitei sem fazer nada. Deu certa impaciência, admito, mas foi muito bom aproveitar o resto do dia de ontem assim, sem objetivos a alcançar. Pra mim, que sou alimentada por responsabilidades, foi a coisa mais radical que fiz em meses. Gostei, mas volto à rotina normal a partir de hoje.

Carpe diem.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Silêncio interno

Não havia sequer uma palavra que pudesse dizer. No entanto, havia muito a ser dito. O corpo estava cheio - tão cheio - que não conseguia descarregar aquilo que sentia. Respirou profundamente, mais uma vez, o que não funcionou, assim como em todas as outras tentativas.

Só restou, então, desistir. Apesar de não gostar, é isso que vem fazendo há anos. Então fica assim, cheio de palavras não ditas, sem saber por onde começar a esvaziar. Dormir, de novo? Não achava uma boa ideia. Queria estar inteiramente acordado quando explodisse.


Carpe diem

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O jogo e a Dama

Ah! Aqueles dois pares olhos esnobes! Um tinha desde que nasceu; o outro adquiriu bem depois. “Foi a convivência”, diziam os mais observadores. O que eu sei é que os olhos do outro costumavam ser espertos, não esnobes.

O outro usava os olhos esnobes como se fossem seus. Mas não eram. Além do mais, onde já se viu repetir assim os defeitos alheios?

Mas não é do outro que falarei e sim do que já tinha os olhos esnobes desde que nasceu. Não era um grande jogador, ou corredor, ou dançarino, ou intelectual, ou poeta, ou cientista... Era somente portador de olhos esnobes, só não se sabe até hoje por quê.

Uma noite dessas, adquiriu um momentâneo vício de jogar cartas. Olhava por cima delas para dar um ar de pensativo, mas não estava pensando em algo que importasse no momento. As cartas tornaram-se, então, um enigma, e ele bem gostava de imaginar as respostas para os enigmas que criava.

Postas em ordem, elas não faziam o menor sentido. Mas era assim que deveria ser se quisesse ganhar o jogo. “Por quê?” Olhou-as e disse que iria ganhar. E ganharia porque dissera. Não que fosse hábito do destino aceitar tudo que dizia, mas digamos que...

Não conseguia se concentrar. Os outros esperavam por um movimento, uma cartada, uma vitória ou derrota. Uma mudança? Mas ele mudou, sim. Refletiu sobre cada carta e seus possíveis significados. Deuses? Personagens? Caráter? Cartas.

Olhou bem fundo nos olhos borrados, gastos, da Dama de Espadas. Gostou da imagem; quase sorriu. Correu para dentro de si e dormiu para o mundo externo. Ganharia a partida, mas antes conheceria aquela Dama. A escolhida.

Modificou sua posição no baralho para deixá-la mais exposta e então arremessou as cartas na mesa. Deixou o dinheiro ganho na partida, pegou a chave e saiu. Era daquilo que precisava. Ar, impulso e paixão. Uma Dama de Espadas modificou-lhe algo que havia dentro do corpo, mas não sabia localizar exatamente onde. E ele agora queria viver-se inteiro, todo modificado.



Carpe diem.

sábado, 11 de junho de 2011

Flash de inspiração

Ele acreditava que era essa mistura de saudade, raiva e angústia que o levaria adiante... Pobre Carlinhos.



Carpe diem.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tô 'por aqui' de tanto exagero

Um dia desses [acho que segunda ou terça-feira], conversando com uns amigos, cheguei à conclusão de que algumas pessoas exageram em apego pelas coisas. O que não falta é gente entrando em comunidades do tipo "Não vivo sem [alguma coisa bem desnecessária]"... "Não vivo sem blush", "Não vivo sem novela", "Não vivo sem brilho labial" e por aí vai... Como assim não vive sem isso? Então tira a família, os amigos e o(a) namorado(a) e deixa com a 'coisa sem a qual ele (a) não consegue viver'.
As pessoas estão dando muita importância àquilo que não merece tanta importância assim. Alguém precisa dizer a elas que importante mesmo é o amor, o conhecimento, aqueles de quem se gosta, os sonhos a realizar, a fé [independentemente de religião]... Você pode até gostar dos programas de televisão, dos jogos de computador, de ouvir música no MP3 Player, dos itens de maquiagem, de toda a junk food mostrada na mídia, mas importante, importante mesmo, é tudo aquilo que nos constrói, nos sustenta e nos apoia todos os dias.
Eu mesma já fui de dizer que não poderia viver sem coisas completamente inúteis, mas cheguei a essa conclusão muito tempo antes de virar adulta. Hoje digo àqueles que conheço que parem de dar extrema importância ao que não é tão importante assim. E agora digo aos que não conheço pessoalmente: parem de exagerar no apego às coisas. Até porque, se os bens materiais fossem mesmo tão importantes e essenciais à nossa existência, eles não seriam tão substituíveis e quebráveis.
Foi só um desabafo mesmo. Mas levem em consideração. Vocês verão que tudo fica muito mais simples.

Carpe diem.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Luz, câmera...

... ação!
A imagem se move da esquerda pra direita. Silêncio. Ruídos. Música.
Foco nos olhos inexpressivos da moça. Olhos atentos.
Inspiração. Coragem. Expiração.
Movimentos. Pausa.
Aplausos.
Sorrisos. Flores.

"The End"

Carpe diem

quinta-feira, 10 de março de 2011

[...]

É que vida mesmo só é boa assim: com muitos planos a realizar.

Carpe diem

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

20 anos.

Há 19 anos eu aprendi a falar. Há 17, comecei a estudar. Há 15, aprendi a ler. Há 10, ainda brincava de boneca. Há 8, tive o pior ano da minha vida, mas conheci uma moça que seria a minha melhor amiga. Há 7, conhecia o cara que, futuramente seria o meu melhor amigo. Há 5, tive o ano mais bagunçado. Há 3, conheci o homem da minha vida. Há 2, entrei na faculdade. Hoje eu agradeço a todos que estiveram no meu caminho, me ajudando ou me atrapalhando. Obrigada por fazerem parte da minha história.

PS: 1. Esse é meu post de aniversário [muito] atrasado, adaptado de um texto compartilhado no meu Facebook pelo celular.

2. Carpe diem.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

60 Km/h

Uma tarde. Lugar: o carro. Os pés alternavam-se entre os pedais, e o pensamento checava que dia era hoje tentando buscar um motivo para tamanha agitação nas ruas. Música: "Chão de Giz". Os lábios interrompem a música no meio do verso e murmuram algo para si mesmos. O caminho tornou-se mais calmo, então a música já não era mais a mesma, e os lábios cantavam agora "Undisclosed Desires".



Carpe diem

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Parte da rotina

Deito e reflito, sentindo o cansaço em cada ponto do meu corpo. Durmo. Ao despertar, não é a mesma a sensação de vida. Inspiro; expiro. O cansaço permanece intacto.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Catarina

Sentou-se no banco da praça mais próximo à avenida principal. A bicicleta estava quebrada e provavelmente não teria conserto. “Pelo menos você não sente dor”, pensou ao olhar o metal retorcido à sua frente.

Seu corpo tinha arranhões de tamanhos diversos e a pele ardia tanto que a fazia franzir o rosto.

- Quando foi que você perdeu o controle da bicicleta?

- Quando foi que você perdeu o controle da sua vida?

A irmã, sentada do lado direito, queria explicações sobre o ocorrido. Do outro lado, alguém lhe perguntava algo que dificilmente poderia responder.

- Não sei. – respondeu para ambas as perguntas e obteve dois risinhos sarcásticos.

O carro se aproximou e o motorista buzinou. Hora de consertar o “destrambelho” de Catarina. De novo. Andando com dificuldade percebeu que o “alguém” não a acompanharia até o hospital e, agora, olhando de longe, percebeu também que o “alguém” se assemelhava à sua própria imagem. Não tinha todos os arranhões e fraturas, não se percebia os mesmos traços nem ao menos aqueles mais evidentes, mas a expressão de dor e frustração era a mesma.

Entrou no carro, que saiu logo depois. E Catarina sorriu por perceber que uma parte de si, a de que mais gostava, nunca teria conserto.


Carpe diem