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domingo, 22 de agosto de 2010

Soraia

Ela era um personagem, uma criação, mas apesar disso era real e tinha história, valores, pecados e, além de tudo, um corpo. Este era seu só às vezes, mas o importante é que tinha. Seu nome era Soraia e a sua história começa em uma tarde fria, quando Leandra resolve que por esse nome se chamaria e que era filha de uma casal argentino - que se conheceu dançando tango. Nasceu no Brasil e foi trocada na maternidade, como nos casos famosíssimos que eram notícia nos jornais. Sim, Soraia tinha sangue argentino e isso explicaria a tamanha facilidade com que 'hablava español'. Ela não gostava de legumes, e preferia comer salgados a comer doces, além de sempre querer estar em 'boa forma', como as artistas de televisão diziam.
Leandra tinha 12 anos, Soraia tinha 23. Leandra, em frente ao espelho, olhava o reflexo de seus olhos escuros até que encontrasse a luz de Soraia. Elas se olhavam e se analisavam, se preparando pra serem uma só e após isso, se tornavam supremas e inatingíveis.
Sentado em uma cadeira, o corpo escrevia composições a quatro mãos. Nome e heterônimo atuando em um mundo diferente, poético e extremo. Elas conversavam, convergiam e divergiam até que chegassem a um ponto em comum, ao ápice do sublime, o máximo e o melhor que podiam fazer.
Não há quem diga que Soraia não era real. Claro que era. Leandra é que tinha uma existência forçada, era obrigada a ser e estar, enquanto a existência de Soraia era opcional, quando queria ser, era e pronto. Tantas foram as vezes em que Leandra procurou por sua metade, querendo ser deusa outra vez, mas não a encontrou em nenhum ponto de seus olhos escuros. Sendo assim, ia dormir sem provar da deidade naquela noite.



Carpe diem

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Esclarecendo

Um belo dia [mentira, era noite], eu estava conversando com meu namorado [beijo, amor!] e ele falou sobre um texto que postei aqui no blog. Eu iniciei, depois escrevi mais um pouquinho e terminei após muito tempo. "Onde cabe o que pensamos?" é o nome dele. Era sobre uma menina.
Então, meu querido disse que não entendeu o texto. E - pasmem - eu também não sei porque o escrevi. Simplesmente me deu uma vontade louquíssima de escrever sobre uma menina e na tela do computador ela começou a tornar-se real. Com o tempo o texto tomou vida própria e acabou por ser completamente diferente do que eu queria que fosse.
Eu realmente precisava dizer isso aqui. Não é sendo pretensiosa não, sabe? Mas vai que um dia, passados 100 anos depois da minha morte, algum professor de literatura obriga seus alunos a analisarem meus textos? E os coitados morrendo pra tentar entender cada vírgula de uma obra que não teve objetivo nenhum por parte da autora. Sei lá... Acho isso meio cruel.
É, eu sei o que é isso, camarada. Eu já tive que entender cada coisa. E cada texto que eu não entendia, me perguntava : "será que o cidadão que fez isso também sabia o que tava escrevendo?" Isso aí não dá pra saber, mas acredito que nenhum deles imaginava que viraria fenômeno literário mundial e daria esse trabalho da p* pra gente.
Meus textos antigos podem até ter seus significados obscuros [se matem pra entender], mas os atuais significam exatamente o que está escrito com as reações e sentimentos que os acompanham. E isso é suficiente.

Obs.: também não imagino virar fenômeno literário, mas vai que...


Carpe diem

sábado, 7 de agosto de 2010

Frase

"E era tanto amor, que se tornou até crime assim chamá-lo."
Sonhei que escrevia essa frase. Botei entre aspas com medo de ter lido isso em algum lugar e ter sonhado que era a autora. Vai que o dono da frase lê e me processa por plágio. Quero nada!

Carpe diem

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

retorno

... como é bom receber os abraços de quem fazia falta. Como é bom ver novamente os rostos, sorrisos e expressões de quem eu tanto sentia saudades.

Carpe diem