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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Externalizando...

Tô morreeeeeeeeeendo de saudades de vocês!

Muito, muito, muito mesmo.
xD

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Clareana


Um coração
De mel de melão

De sim e de não

É feito um bichinho
No sol de manhã
Novelo de lã

No ventre da mãe

Bate um coração
De clara, ana
E quem mais chegar

Água, terra, fogo e ar







Joyce, a cantora


Vivia ouvindo essa música quando era criança. Lembrei dela hoje assim que acordei.
Será que hoje é dia de nostalgia?
:D

Quer escutar?


Carpe diem.

domingo, 11 de julho de 2010

Fragmento

- Te amo... Eu te amei minha vida toda.
- Que mentira. Cê me conheceu há menos tempo que isso.
Deixei pra lá. Tecnicamente, ele tinha razão. Mas eu sabia explicar o que tinha dito e minha explicação fazia o maior sentido. Ainda assim, eu só o abracei, àquele que eu tenho amado desde que nasci.


Carpe diem

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Onde cabe o que pensamos?

Seu rosto ficava inexpressivo quando contrariada. E contrariada significa qualquer coisa que desfizesse o leve sorriso que carregava no rosto ou aquela seriedade quieta de quem está pensando em nada. Contrariá-la era deixá-la diferente. E deixá-la diferente era dar-lhe com aquela expressão sem expressão.
Era aquele semblante de quem tenta disfarçar um sentimento, mas não acho que ela o estaria fazendo. Para mim, há duas hipóteses: ou o sentimento não encontrou um caminho até o rosto, ou ela ainda não sabe como reagir a determinadas emoções. De mais a mais, creio que seja demasiado pequenina para ser possuidora de mistérios.
- Por que? - era a única coisa que dizia só para saber a explicação, caso tivesse. Se não tivesse, aceitaria qualquer coisa, apenas para que sua pergunta não ficasse vagando por aí sem uma resposta. Afinal de contas, o fato de uma resposta servir ou não a uma pergunta era muito relativo. Talvez ela que não encontrasse o elo entre uma coisa e outra.
Sendo assim, corria pra algum lugar e punha-se a pensar. Mas não podia ser qualquer lugar. Cada reflexão exigia uma iluminação, limpeza, temperatura e umidade própria. Cada lugar da casa em que morava estava comprometido com algum categoria de pensamento. Às vezes, queria companhia, então pensava junto à mãe, ao pai, à empregada que trabalhava na casa, ou até mesmo na companhia de bonecas, cadernos, tabuleiros, bolas; mas algumas vezes também precisava ficar sozinha, seja por opção pensada ou por não caber nada além de seu corpo no lugar escolhido, como aquela caixa de brinquedos em que ficava sentada, encolhida e suando. Mais um grão de arroz e a caixa se desmontaria toda. Então ia só, mesmo que quisesse companhia.
E, falando em brinquedos, devo acrescentar aqui que os brinquedos serviam só mesmo pra ter uma caixa onde guardar. A caixa era o motivo de possuir brinquedos, visto que a menina não gostava de brinquedos. Claro que tinha o prazer da novidade quando ganhava alguma boneca, ou conjunto de cozinha de plástico, mas em menos de um dia tudo estava jogado na caixa pronta pra ser esvaziada e ser posta à sua verdadeira serventia.
Mal sabia a garotinha que quanto mais o tempo passasse, menos lugares teria para pensar e que um dia teria de posicionar seu corpo em um mesmo lugar para qualquer reflexão. E que um dia esqueceria do que lhe tomava a mente e deixaria de perguntar para formular hipóteses. Largaria os "por que's" e usaria mais o "se".
- E se a gente pudesse testar as coisas antes de fazer? Primeiro eu faço alguma coisa só pra ver se dá certo, se não der, eu volto e faço de novo. - e ainda gastava algumas horas tentando fazer o plano dar certo até desistir e usar o "se" em outra situação.
Quem diria que a menininha que pergunta seria a garota que inventa... E depois, a garota que inventa viraria a mulher que responde.
E, um dia, seu corpo ardendo em febre descansaria em outro corpo que sentiria cada grau que sua temperatura baixasse. E até mesmo uma existência frágil precisaria às vezes deitar-se nela até que conseguisse enfim sonhar.
Isso a menininha não sabia. Mas um dia saberia, e quando acontecesse, não perguntaria por que e nem gostaria de voltar pra fazer tudo de novo. Descobriria depois que era culpa da caixa de brinquedos, ela que era pequena demais pras divagações da menina.



Carpe diem